domingo, abril 30, 2006

Só ficamos a perder, 1

Só ficamos a perder quando o medo do erro nos impede o voo.

segunda-feira, abril 24, 2006

A lenta aprendizagem

Pedias-me que não dissesse nada. Que nem ousasse respirar. Como se o equilíbrio do mundo dependesse da imobilidade. E ficávamos assim. Sem uma única palavra, sem uma única voz, sem um único gesto.

domingo, abril 23, 2006

Um resíduo

O presente é sempre uma limalha, um resíduo. O que verdadeiramente interessa já aconteceu ou vai acontecer. Esgaramantear uma laustríbia significa verdadeiramente recuperar a luz dum instante pretérito que a memória nos devolve sem a sombra desse instante; ou possuir já, em êxtase, a luz futura do que vai ser perfeito. A punheta é esse instante fora do tempo presente em que desejamos e possuímos, afastada a materialidade porosa do mundo, todos os corpos que já tivemos e ainda haveremos de ter.

Teste

1, 2, 3, atenção, atenção, comentários. Teste: 1, 2, 3, atenção, atenção.

sexta-feira, abril 21, 2006

O amor

«O amor» é a nossa má-consciência de desejarmos um corpo: a pele, a curva dos ombros, os pés quase minúsculos, a mão que nos toca a inventar a surpresa de tudo poder ainda começar. Isso designamos por «amor». Para, defendidos pela semântica, não enlouquecermos.

APELO

Sim: não há, até ver, caixas de comentários: os riapinhas divertem-nos (e os bobos de baba, e as lagartixas de rabo cortado...) mas, peraí, nem sempre persiste pachorra para aturar piveteiros de punheta automática com emoções ligadas directamente do cérebro ao olho do cu. A democracia é um sistema que privilegiamos e (desculpe-se) nos aborrece. Mas a a-seita@hotmail.com acolherá, e dará eco, a todas as confissões verdadeiras. Ficamos à espera, agradecendo.

A luz

Divididos entre uma e outra das únicas metáforas: a da luz excessiva, que cega e nos perde; a da luz de que precisamos para iluminar a sombra dos vagarosos dias.

quinta-feira, abril 20, 2006

Regresso

Se, de súbito, compreendêssemos que o desejo precisa das palavras? Que é preciso escrever para verdadeiramente desejar?