sexta-feira, fevereiro 25, 2005

No centro do teu corpo

para o concurso em curso na Voz em Fuga


No centro do teu corpo é que poisava
o lume evaporado à terra arável,
a luz dos meteoros ou a lava
azul, incandescente, imponderável.

No centro do teu corpo, magnética,
a água do desejo incandescia.
Os dois éramos um: a aritmética
mudava as suas regras e eu bebia.

Aí era a nascente. Aí demora
a pele o ar que a custo respirava
enquanto não gritasses: é agora!

E então uma galáxia deflagrava
no centro do teu corpo que fundia
o mel, a cona, o pão, a poesia.