quarta-feira, fevereiro 23, 2005

Ressaca

A campanha eleitoral já foi assim-assim; o resultado final, às oito da noite de domingo, foi um pesadelo. É que as jotinhas sociais-democratas não são particularmente dadas ao comité e à discussão de propostas, ao organigrama, ao núcleo, à plataforma, ao trabalho de base; mais à glória, à euforia, ao êxtase, ao glamour. Ora, antevendo-se já o pior, nas últimas semanas as meninas começaram a desertar, a inventar compromissos, a tirar o meio corpinho e os braços levantados do tejadilho do Volvo, a enunciar desculpas com umas cadeiras lá na faculdade. E é assim: durante pelos menos três anos e onze meses, com a memória destes sub 30%, vai ser o bom e o bonito para as convencer ao comício, à caravana, à militância – e à retoiça...

Ora, se dúvidas houvesse, fica agora claro que o senhor Presidente da República introduziu distorções ao sistema político que impedem a garantia de normalidade de funcionamento duma democracia adulta. Uma democracia onde as jotinhas cor de laranja rejubilam, exaltam, exultam – e nos dão alento, e nos fazem acreditar no país e na punheta.