Virtual
A possibilidade de duas pessoas conversarem em tempo real e se verem mutuamente no écran de computador alterou por completo as possibilidades de relacionamento sexual – e alterou, portanto, rotinas, comportamentos, práticas, efabulações. Duas pessoas que começam por trocar uns mails inocentes sobre o espaço do onírico em José Saramago, e sobre o gestualismo em Kieffer e Pollock, vai-se a ver e acto contínuo, zás, aí estão elas a vir-se no éter uma com a outra, aos gemidos (não podendo no entanto limpar-se com a mesma toalha, tendo cada um dos parceiros que fazer uso da sua própria - isto tem sempre as suas limitações).
Ora um leitor arguto escreveu-nos teorizando sobre as semelhanças entre esta prática que parece começar a ganhar adeptos crescentes pelo mundo afora e aquilo que aqui essencialmente nos move – a procura do prazer num plano fora do tempo e já liberto do peso do corpo. Que, nessa perspectiva, o sexo virtual e a sublime laustríbia acabavam por equivaler-se: que em ambos os casos se busca o prazer; que em ambos os casos nos libertamos do peso do corpo.
Nada mais errado, claro. Quem fode pela internet não faz mais que tocar uma punheta tecnológica. Vejamos:
[aceitam-se propostas na caixa de comentários para continuação de conversa]
Ora um leitor arguto escreveu-nos teorizando sobre as semelhanças entre esta prática que parece começar a ganhar adeptos crescentes pelo mundo afora e aquilo que aqui essencialmente nos move – a procura do prazer num plano fora do tempo e já liberto do peso do corpo. Que, nessa perspectiva, o sexo virtual e a sublime laustríbia acabavam por equivaler-se: que em ambos os casos se busca o prazer; que em ambos os casos nos libertamos do peso do corpo.
Nada mais errado, claro. Quem fode pela internet não faz mais que tocar uma punheta tecnológica. Vejamos:
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