A Glória
Somos obrigados a abrir o jogo. As coisas são comoção. Aqui na Seita tínhamos uma estratégia clara: um blog sobre a punheta apanha o universo mais vasto da blogosfera: há os que são do Benfica; há os que são do Estoril; há os que são monárquicos de esquerda; há os que são a favor do choque de valores; há os que gostam de levar porrada enquanto fodem; ele até há quem ache piada ao Nuno da Câmara Pereira; mas todos, mais arte menos arte, mais leveza ou subtilezas à parte, meninas e meninos, arregaçam a carapuça. Ora isto parecia trigo limpo farinha amparo.
Já se vê que o mínimo que almejávamos era a glória. A glória literária, para começo de conversa: umas citações na Capital ao lado de JPP; uma cronicazinha na penúltima página do JL; uma entrevista no Mil Folhas; referências no Expresso; um realce do Paulo, o Querido, na Única; uma edição em papel na Oficina do Livro. De seguida, o reconhecimento público: convites sucessivos para participar em debates na dois; chamadas ao forum da TSF a dar o enquadramento estratégico do tema do dia; uma peça televisiva no programa das gémeas Cardoso; a Quinta das Celebridades. E depois – tudo.
Acontece que as contas nos saíram furadas: temos um leitor e quatro leitoras (e com eles, quer dizer com elas, passámos a trocar mails diários sobre o assunto, em privado, precatados, recatadamente – esgotando o interesse, pois, do post – por redund ânsia); e umas trinta visitas diárias – o que nos coloca no patamar de interesse suscitado por dois blogs sobre a poda da roseira em estufa e ligeiramente abaixo de um outro sobre a importância do uso de palmilhas nas corridas (salvo seja) de cinquenta quilómetros marcha.
Não nos estando reservado o papel de Nicholas Sparks do esgarçanço ou de Lobo Antunes da laustríbia – que se foda: temos mais que fazer; vamos à vida; recomeçaremos em outro lugar; esboçaremos um novo programa; até que a Glória, finalmente, se venha.
Quanto à punheta, claro, só deixaremos de escrevê-la – que a Arte do Segredo não admite pausas se a perfeição é o objectivo último de quem sabe que arremangar a estultícia é dos poucos caminhos que nos levam adeus.
Já se vê que o mínimo que almejávamos era a glória. A glória literária, para começo de conversa: umas citações na Capital ao lado de JPP; uma cronicazinha na penúltima página do JL; uma entrevista no Mil Folhas; referências no Expresso; um realce do Paulo, o Querido, na Única; uma edição em papel na Oficina do Livro. De seguida, o reconhecimento público: convites sucessivos para participar em debates na dois; chamadas ao forum da TSF a dar o enquadramento estratégico do tema do dia; uma peça televisiva no programa das gémeas Cardoso; a Quinta das Celebridades. E depois – tudo.
Acontece que as contas nos saíram furadas: temos um leitor e quatro leitoras (e com eles, quer dizer com elas, passámos a trocar mails diários sobre o assunto, em privado, precatados, recatadamente – esgotando o interesse, pois, do post – por redund ânsia); e umas trinta visitas diárias – o que nos coloca no patamar de interesse suscitado por dois blogs sobre a poda da roseira em estufa e ligeiramente abaixo de um outro sobre a importância do uso de palmilhas nas corridas (salvo seja) de cinquenta quilómetros marcha.
Não nos estando reservado o papel de Nicholas Sparks do esgarçanço ou de Lobo Antunes da laustríbia – que se foda: temos mais que fazer; vamos à vida; recomeçaremos em outro lugar; esboçaremos um novo programa; até que a Glória, finalmente, se venha.
Quanto à punheta, claro, só deixaremos de escrevê-la – que a Arte do Segredo não admite pausas se a perfeição é o objectivo último de quem sabe que arremangar a estultícia é dos poucos caminhos que nos levam adeus.
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