terça-feira, março 08, 2005

A temperança

Na segóvia, na pívia, do que se trata é de responder sem interrogações ou perplexidades a uma pulsão hormonal, a estímulos básicos, como se o desejo não fosse mais que um sistema de vasos comunicantes entre um par de mamas e a piroca. Usando como metáfora a 2ª lei da termodinâmica, é como se a pívia levasse o desejo a estados crescentes de entropia e desorganização.

Quando se fala na Arte do Segredo, na suprema Arte da laustríbia, o que está em causa é uma espécie de regresso à ordem: a um corpo que aos poucos se desprende e se liberta do seu peso, do que na sua materialidade não é ainda matéria volátil. Por isso se poderá dizer que a pívia está para o esgarçanço subtil como o Diário de Um Mago, de Paulo Coelho, está para a Cartuxa de Parma. (Certo que há muito mais gente a ler o Paulo Coelho que o Stendhal – mas é por estas e por outras que o mundo está como está.)