segunda-feira, dezembro 20, 2004

O tempo, 2

«Porque lhe terá ela dito que não tinha a chave? Porque não lhe terá explicado logo que já ninguém fecha o pavilhão? É tudo preparado, fabricado, artificial, é tudo encenado, nada há que seja franco, ou, por outras palavras, tudo é arte; neste caso: arte de prolongar a suspensão do tempo, melhor ainda: arte de persistir o mais longamente possível no estado de excitação.»

[Milan Kundera, A Lentidão, ed. ASA, 1995]