O tempo, 1
Claro que é isso que procuramos todos. Desde sempre: o instante que se multiplica indefinidamente, o instante que se repete apenas em si mesmo, o instante que não se repete senão nas suas próprias frases. Que outra coisa é, senão isso (senão essa procura infinita), a Arte sublime, subtil, do esgarçanço?
A Senhora de T. (cf. Milan Kundera, A Lentidão, ed. ASA, 1995) conhecia O Segredo (ela que, supostamente – embora não exista nenhuma descrição que nos possa confirmá-lo – teria uma conformação rotunda, já que «a rotundidade do corpo faz nascer a rotundidade e a lentidão dos movimentos e dos gestos»).
Ela sabia: que não há outro desígnio que o da procura do instante em que o mundo e o tempo deixam de coincidir.
A Senhora de T. (cf. Milan Kundera, A Lentidão, ed. ASA, 1995) conhecia O Segredo (ela que, supostamente – embora não exista nenhuma descrição que nos possa confirmá-lo – teria uma conformação rotunda, já que «a rotundidade do corpo faz nascer a rotundidade e a lentidão dos movimentos e dos gestos»).
Ela sabia: que não há outro desígnio que o da procura do instante em que o mundo e o tempo deixam de coincidir.
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