O desejo
O piveteiro arreganha a carapuça movido pelo impulso instintivo do desejo: pertence à Seita de Fénix pela simples razão de que não fode, ou porque fode muito menos do que o instinto lhe pede. O sectário da Arte, por sua vez, coloca-se num plano superior em que o esgarçanço é já a procura e não a resposta. Quer dizer: não responde ao aguilhão do desejo; procura o desejo que há no desejo, como outros, ao longo da História, procuraram a santidade ou a sublimação.
Por isso tão frequentemente deparamos com o erro de pensar que «é a impossibilidade que desperta o desejo mais intenso». Pelo contrário: a impossibilidade deu, sim, gerações de paneleiragem e gaitada rasteira; muita gaiola; muita conice achocolatada; muito psicanalista rico; muito déspota em exercício de funções.
O desejo, ah, o desejo é outra coisa.
Por isso tão frequentemente deparamos com o erro de pensar que «é a impossibilidade que desperta o desejo mais intenso». Pelo contrário: a impossibilidade deu, sim, gerações de paneleiragem e gaitada rasteira; muita gaiola; muita conice achocolatada; muito psicanalista rico; muito déspota em exercício de funções.
O desejo, ah, o desejo é outra coisa.
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