O corpo que se nos revela
Há um instante em que o corpo se nos revela a nós mesmos. Mas esse instante, em regra, é precedido de uma demorada aprendizagem: aprendizagem feita de descobertas – e portanto de actos voluntários no sentido da procura do Segredo – mas também de acasos e contingências. O que é preciso, sempre, é estar desperto para a compreensão desses momentos (às vezes breves, fugazes) iluminados por uma luz que nem sempre se repete, que nem sempre nos visita, que muitas vezes nos apanha desprevenidos e ausentes.
Kundera – mais uma vez, em A Insustentável Leveza do Ser – fala-nos de um desses momentos em que a Arte do esgarçanço se anuncia já, inteira, irrenunciável, próxima. Porque a masturbação, entendida como Arte sublime, não existe verdadeiramente antes de o nosso próprio corpo se nos revelar:
«Não sentia qualquer vontade de ver o sexo do desconhecido. Queria era ver o seu púbis ao pé do membro estranho. Não desejava o corpo do amante. Desejava era o seu próprio corpo, subitamente revelado, tanto mais excitante quanto próximo e estranho».
Kundera – mais uma vez, em A Insustentável Leveza do Ser – fala-nos de um desses momentos em que a Arte do esgarçanço se anuncia já, inteira, irrenunciável, próxima. Porque a masturbação, entendida como Arte sublime, não existe verdadeiramente antes de o nosso próprio corpo se nos revelar:
«Não sentia qualquer vontade de ver o sexo do desconhecido. Queria era ver o seu púbis ao pé do membro estranho. Não desejava o corpo do amante. Desejava era o seu próprio corpo, subitamente revelado, tanto mais excitante quanto próximo e estranho».
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