terça-feira, outubro 19, 2004

Anónima figura de desejo

«Maria pediu a um amigo que aparecesse no bar naquela noite e lhe tirasse fotografias enquanto actuava - não para as exibir, não para as mostrar, mas apenas porque queria ter uma visão de si mesma, porque queria satisfazer a curiosidade que sentia relativamente ao seu desempenho. De um modo consciente, Maria estava a converter-se num objecto, numa anónima figura de desejo, e, para ela, era crucial compreender com a máxima precisão possível o que esse objecto era.»

[Paul Auster, in LEVIATHAN, ed. ASA]