quinta-feira, novembro 25, 2004

Os colégios internos

«O Onanismo é o desporto dos imbecis» (cf. cartaz pendurado numa das salas do Colégio onde decorre boa parte da acção de uma das obras-primas da literatura portuguesa de todos os tempos: «A Noite e o Riso», de Nuno Bragança).

Compreende-se: em poucos sítios do mundo se estica tanto o balustre como nos colégios internos; o pânico dos educadores é esse: que as boas almas se percam na descoberta de que a liberdade individual é uma conquista irredutível.

Pior que o masturbo, pois, só a arte abstracta e a leitura de autores que nos ensinam que o mundo em que vivemos é apenas uma parte insignificante do mundo em que podemos viver. Não será por acaso que Cervantes e Borges chegaram a constar das primeiras linhas do Index do Colégio D. Diogo, em Braga, ou que o professor de Desenho (naquela altura dizia-se assim) falasse em «picassadas» como sinónimo de «obra que não tem ponta por onde se lhe pegue».

Como dizia o poeta Eduardo Guerra Carneiro, Isto Anda Tudo Ligado...