A orbe
Borges não escreveu todos os livros. Os livros já editados. Os livros a editar. Palavra por palavra. Frase por frase. Limitou-se a enunciá-los. Os livros. Os livros todos. Só isso. Não é muito. Não é pouco. É só o mundo. Os seus labirintos, os seus rios subterrâneos, as suas águas, as suas raízes, as suas árvores, as suas vozes, os seus vestígios, os seus nomes, os seus mapas, os seus desígnios, o seu fogo, a pedra indizível, a neve do ártico, as areias incandescentes, as nuvens exasperadas de junho, o azul, as suas insustentáveis labaredas.
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