Nos virmos aqui
As meninas (v. comentários) parece que andam, com perdão da geografia, um bocadinho desorientadas. Talvez convenha, pois, começar a esclarecer. E então é assim:
1º O mastruçanço é aquilo que se sabe e dispensa descrições: tem a ver com a estimulação dos genitais até, em regra, se chegar ao orgasmo.
2º O mastruçanço, de um modo geral, está associado à auto-estimulação («eu cá me entendo sozinho, graças a deus», é uma expressão conhecida dos sectários) – o que não exclui, claro, a possibilidade do seu exercício em parelha ou, mesmo (v. descrições de Ninctafur, versículo 12, secção G), em grupos alargados.
3º O mastruçanço, etimologicamente, significa obcecação com algo (daí, adiantemos desde já, decorre directamente o exercício da pívia).
4º Numa perspectiva, digamos, literária, o mastruçanço está ligado à ideia de esforço intelectual inconsequente («nem imaginas, meu, que quanto mais pensas ou te concentras mais merda produzes»).
5º Da execução do rito (convém ter presente que o culto do Segredo é anterior a todas as formas de comunicação e aos vírus da linguagem) nasceram as expressões latinas masturtiu, nasturtium e torquere – que, simplificando, remetem para as ideias de nariz, olfacto e torcer (e daí que os cultores do Segredo, por via de indevidas apropriações etimológicas, sejam também designados - cf., nomeadamente, Aldesgarçus Altinus - por torcionários nasturientes).
6º O mastruçanço, na sua forma original, é a resposta mais ou menos indirecta, mais ou menos elaborada, a uma pulsão hormonal que, como seria de supor em épocas e sociedades pré-industriais, se resolvia manualmente – ou, mais propriamente, pelo método que os gregos designavam por egkheirídion.
7º A Seita de Fénix (ou da Fénix, como Borges sugere – cf. Ficções) congrega sectários com pulsões, pulsações, estímulos ou desígnios diversos.
8º A pívia, ou gaiatada (há regras gerais – convém não nos perdermos em conceitos que remetem, em grande parte dos casos, para estereótipos excessivamente simplificadores) corresponde à resposta primária a estímulos hormonais. Ex: «ai deixa-me arregaçá-la, oi, ei, que as coxas, oi, da minha professora de Física devem ser mais firmes que os alicerces, ai, ui, do edifício das Finanças», ou «ai, ui, que aquela tenista se me agarrase mas era na gaita em vez da raquete...».
9º A gaiola corresponde a uma fase decrépita da pívia: executa-se por norma e calendário, já nem obstinadamente, e com base em imagens que vão de pares de mamas sem gafa a cuecas de meio metro quadrado de tecido penduradas nos arames dos pátios. Há quem passe directamente da fase da pívia à fase da gaiola. E há quem, nesta desiganação («gaioleiros»), aproveite para incluir os homossexuais passivos. Adiante, portanto... (Embora alguns jovens machos fiquem todos inchados quando se lhes pergunta se «andam com a gaiola em dia», sem compreenderem que, na realidade, se lhes pergunta «se têm levado no cu com frequência»...).
10º O esgarçanço, por sua vez, corresponde a um estado superior do mastruçanço. É ele – e não a pívia ou a gaiola (deus nos perdõe) – que nos move. Dele – da verdadeira Arte do Segredo – continuaremos a dar conta. E só por isso, meninas, nos continuaremos a vir a estas páginas – esperemos que merecendo o prazer da V/ companhia indispensável...
(Continua...)
1º O mastruçanço é aquilo que se sabe e dispensa descrições: tem a ver com a estimulação dos genitais até, em regra, se chegar ao orgasmo.
2º O mastruçanço, de um modo geral, está associado à auto-estimulação («eu cá me entendo sozinho, graças a deus», é uma expressão conhecida dos sectários) – o que não exclui, claro, a possibilidade do seu exercício em parelha ou, mesmo (v. descrições de Ninctafur, versículo 12, secção G), em grupos alargados.
3º O mastruçanço, etimologicamente, significa obcecação com algo (daí, adiantemos desde já, decorre directamente o exercício da pívia).
4º Numa perspectiva, digamos, literária, o mastruçanço está ligado à ideia de esforço intelectual inconsequente («nem imaginas, meu, que quanto mais pensas ou te concentras mais merda produzes»).
5º Da execução do rito (convém ter presente que o culto do Segredo é anterior a todas as formas de comunicação e aos vírus da linguagem) nasceram as expressões latinas masturtiu, nasturtium e torquere – que, simplificando, remetem para as ideias de nariz, olfacto e torcer (e daí que os cultores do Segredo, por via de indevidas apropriações etimológicas, sejam também designados - cf., nomeadamente, Aldesgarçus Altinus - por torcionários nasturientes).
6º O mastruçanço, na sua forma original, é a resposta mais ou menos indirecta, mais ou menos elaborada, a uma pulsão hormonal que, como seria de supor em épocas e sociedades pré-industriais, se resolvia manualmente – ou, mais propriamente, pelo método que os gregos designavam por egkheirídion.
7º A Seita de Fénix (ou da Fénix, como Borges sugere – cf. Ficções) congrega sectários com pulsões, pulsações, estímulos ou desígnios diversos.
8º A pívia, ou gaiatada (há regras gerais – convém não nos perdermos em conceitos que remetem, em grande parte dos casos, para estereótipos excessivamente simplificadores) corresponde à resposta primária a estímulos hormonais. Ex: «ai deixa-me arregaçá-la, oi, ei, que as coxas, oi, da minha professora de Física devem ser mais firmes que os alicerces, ai, ui, do edifício das Finanças», ou «ai, ui, que aquela tenista se me agarrase mas era na gaita em vez da raquete...».
9º A gaiola corresponde a uma fase decrépita da pívia: executa-se por norma e calendário, já nem obstinadamente, e com base em imagens que vão de pares de mamas sem gafa a cuecas de meio metro quadrado de tecido penduradas nos arames dos pátios. Há quem passe directamente da fase da pívia à fase da gaiola. E há quem, nesta desiganação («gaioleiros»), aproveite para incluir os homossexuais passivos. Adiante, portanto... (Embora alguns jovens machos fiquem todos inchados quando se lhes pergunta se «andam com a gaiola em dia», sem compreenderem que, na realidade, se lhes pergunta «se têm levado no cu com frequência»...).
10º O esgarçanço, por sua vez, corresponde a um estado superior do mastruçanço. É ele – e não a pívia ou a gaiola (deus nos perdõe) – que nos move. Dele – da verdadeira Arte do Segredo – continuaremos a dar conta. E só por isso, meninas, nos continuaremos a vir a estas páginas – esperemos que merecendo o prazer da V/ companhia indispensável...
(Continua...)
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