O amor
Ela dizia que o amor lhe interessava, e que incessantemente o procurava, do mesmo modo que lhe interessava a amizade – ou, dizendo melhor, a cumplicidade. Porque precisamos sempre de encontrar alguém que seja uma parte de nós para que depois consigamos ser nós mesmos. A individualidade encontra-se depois de um processo, às vezes longo, às vezes doloroso, de perdas e encontros, de lágrimas e risos. O processo quase nunca se completa. Encontramo-nos só depois de imensamente nos perdermos até ao quase apagamento do que um dia julgávamos ser. Por isso procuramos sempre. Tropeçando, erguendo-nos de novo. Procurando sempre. E é isso o amor.
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