Desprendimentos
Ela dizia que não precisava de tocar ou ser tocada. Que o desejo só existe verdadeiramente se o tacto for substituído pela memória do corpo a mudar de estado até à sublimação. E que nesse exercício de sucessivos desprendimentos se revela indispensável incluir a audição, a visão, o gosto e o olfacto, transfigurados também eles na memória pura, sublimada, do que um dia foram na sua imperfeição intrínseca .
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