terça-feira, junho 20, 2006

Que se o pedires

[poema apócrifo, um quanto totó, pseudo-modernista, sub-romântico]


Eu gosto do teu corpo porque é teu.
Eu gosto dos teus braços porque tu
é neles que me abraças tanto. E eu
quero é que me abraces: quero-te nu

só porque quero que me abraces tanto.
E quero-te só meu. Que sejas meu.
Que o ar que respirares, de eu te querer tanto,
nos una em ser de ti o que é já meu

e teu o que tu fores em mim: pois tudo
é pouco, sendo tanto, o que me deres.
Por isso permanece. Nunca mudes.

Que se o pedires eu mudo, se quiseres,
os meus piores defeitos em virtudes.
Porque por ti, amor, eu faço tudo.