A feia, dizem eles
As mulheres mais interessantes não damos por elas assim à primeira. Numa festa, por exemplo, topamos por antecedência com a mocinha que não entrou ainda mas se depreende avançando no umbral com suas mamas antecipativas; e cedo se nos revela, apresentada por um amigo comum (oh, os amigos...), a menina coleante que cita parágrafos inteiros de Moderato Cantabile e fala com entusiasmo da obra de Duchamp, dissertando largamente sobre o Portrait de joueurs d’ echecs. Ninguém repara, claro, na desenjoada feiosa que roda no salão à procura do cup deslizando em redor a sua tristeza angustiada e sorridente.
Só nós (peço desculpa mas-as-verdades-têm-que-se-dizer), só nós, os que atingimos já a fase da suprema Arte, haveremos de rondá-la; elogiando-lhe o vestido passée, o penteado bob de meio comprimento, a quase paleolítica cor dark brown do tracinho das sobrancelhas. E ela, rendida, agradecida, com a respiração acelerada, com a cona aos saltinhos, temerosa de que ninguém mais, nunca mais na vida, a convide à retoiça, a rebole no banco de trás do Audi, lho arrume a direito...
Mais tarde – já tantas vezes (só nós!) a fodemos... – há-de ficar o calor da sua pele (esse insuspeitado lume), o seu indecoroso vício, a sua tão sincera chiadeira: e – já sem a chatice de lhe tirar o vestido triste, sem o risco de tropeçar no penteado totó ou dar de caras com a pupila tremeluzente encimada pelo traço diagonal das sobrancelhas – o arregaçanço, a laustríbia, a desinçada...
Claro que gabamos o esforço e a cizânia dos cavalheiros que, coitados, distraídos, se desunham ainda – com SMS’s, com recadinhos, com recorrentes mails – a ver se passam um lugar à frente na lista de foda da mamalhuda ou se, enfim, conseguem dar a volta à intelectual... Deixá-los andar – sempre estão entretidos, de candeia acesa, atrás das boazonas. Pela nossa parte – temos mais (oh oh) com que nos entreter...
Só nós (peço desculpa mas-as-verdades-têm-que-se-dizer), só nós, os que atingimos já a fase da suprema Arte, haveremos de rondá-la; elogiando-lhe o vestido passée, o penteado bob de meio comprimento, a quase paleolítica cor dark brown do tracinho das sobrancelhas. E ela, rendida, agradecida, com a respiração acelerada, com a cona aos saltinhos, temerosa de que ninguém mais, nunca mais na vida, a convide à retoiça, a rebole no banco de trás do Audi, lho arrume a direito...
Mais tarde – já tantas vezes (só nós!) a fodemos... – há-de ficar o calor da sua pele (esse insuspeitado lume), o seu indecoroso vício, a sua tão sincera chiadeira: e – já sem a chatice de lhe tirar o vestido triste, sem o risco de tropeçar no penteado totó ou dar de caras com a pupila tremeluzente encimada pelo traço diagonal das sobrancelhas – o arregaçanço, a laustríbia, a desinçada...
Claro que gabamos o esforço e a cizânia dos cavalheiros que, coitados, distraídos, se desunham ainda – com SMS’s, com recadinhos, com recorrentes mails – a ver se passam um lugar à frente na lista de foda da mamalhuda ou se, enfim, conseguem dar a volta à intelectual... Deixá-los andar – sempre estão entretidos, de candeia acesa, atrás das boazonas. Pela nossa parte – temos mais (oh oh) com que nos entreter...
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