domingo, setembro 24, 2006

Eu também não se me dava acordar assim - sem o sr. Bush por perto, óbvio...

A Charlotte anda a perder qualidades. Tenho que me virar de novo ali, a fazer um ponto de ordem, a ver se a puxo ao ponto, a ver se, é como quem diz, lhe não permito a subversão dos apetecidos despertares: que além de deitada, me parece que anda a espertar ultimamente em decúbito dorsal. Ora se a gente pode lá aceitar que acordando assim, como Uma Thurman acabando de tirar os dedos de onde se sabe, o que lhe discorra é o Sudão e o Sr. Bush e a região de Darfur… Tsss: isto, a tumultuosa política e escrever crónicas com imposição de número de caracteres no jornal que volta a ser de referência, é no que dá.




O cilindro

A Arte do esgarçanço e a punheta – o erotismo e a pornografia… Claro que destas diferenças decorrem desconformidades estéticas – mas a questão é outra, essencialmente, antes de mais: a diferença entre conhecer e não conhecer um corpo, a diferença entre desejar o desejo ou irromper contra a costeleta como um cilindro que pisa o macadame – repondo, portanto, as cotas de projecto. Pornografia é a foda múscula, de roldanas agitadas, de guinchos e força hidráulica, de posicionado fulcro, de acerto de rebites, de calhada mecânica (e não é pouco); erotismo é também isso – a foda como deve de ser, necessariamente: mas acrescidamente o tocar e o estremecer, o dizer e o ouvir, o ecoar das páginas antigas, a literatura, um decassílabo, a dança sublime, o repetir e o desalentar: o vir-se de dentro para dentro – e isso, ora, exige um bocadinho de treino, de estudo, de morosa temperança...